Há desculpas para tudo!

Dormem profundamente e tentam ter relações sexuais ao mesmo tempo, muitas vezes à força. Sem qualquer recordação do que fazem, os ‘sexonâmbulos’ chegam a ir para a rua, onde têm sexo com estranhos. Trata-se de um distúrbio do sono raro, que precisa de tratamento médico.

Ressonar, falar, andar pela casa, ir para a rua são tudo situações de desordens provocadas durante o sono. Ter relações sexuais enquanto se dorme também é – apesar de ser menos frequente. Quem assim se comporta é chamado de ‘sexonâmbulo’ e sofre de ‘sexomnia’, uma variante das parassónias, doenças caracterizadas por comportamentos anormais que acontecem durante o sono.

Um pouco por todo o Mundo, e Portugal não é excepção, existem situações de pessoas que tentam ter relações sexuais com o parceiro enquanto dormem e, no dia seguinte, quando confrontadas com o sucedido, não se recordam de nada. Além do constrangimento de ser obrigado a reconhecer que ‘atacou’ o parceiro durante o sono, um dos problemas mais frequentes deste comportamento é o mal-estar que provoca no casal.

A relação sexual durante o sono, associada a outros actos, como andar pela casa ou ir para a rua a dormir, pode levar a pessoa a ter sexo com desconhecidos, sem tomar consciência disso. É o caso, relatado pela revista ‘NewScientist’, de uma australiana de meia-idade que abandonava a cama do marido e ia para a rua ter relações sexuais com desconhecidos. Este comportamento durou meses sem que tivesse qualquer recordação da sua actividade nocturna. Naquele caso foram os preservativos amontoados à volta de casa que chamaram a atenção do casal. Numa das suas deambulações, a mulher, cuja identidade foi guardada em segredo, foi apanhada em flagrante pelo marido, que acordou e deu pela sua falta.

Mais recente é o caso de um casal norte-americano, cujo protagonista foi o marido. Vanessa Otts conta que acordou a meio da noite com o companheiro literalmente em cima dela. Ambos sem roupa, porque Tyson já tinha resolvido esse problema. Vanessa tentou acordá-lo, mas sem êxito. De um momento para o outro e sem dizer uma palavra, o marido virou-se para o lado e continuou a dormir profundamente.

Na manhã seguinte surgiu uma enorme discussão, na qual Tyson Otts negava ter tido o comportamento de que a mulher o acusava. O relato deste casal é perturbador, pois Vanessa refere que o marido – a dormir – chegava a ser muito violento, recorrendo à força para concretizar o seu objectivo.

De acordo com Nancy Foldvary, directora do Centro de Desordens do Sono da Clínica de Cleveland, nos Estados Unidos, trata-se de um problema mais real e frequente do que se possa imaginar, dando conta de situações em violadores saíram ilesos de julgamentos pois alegaram que sofriam de ‘sexomnia’. in Correio da Manhã